quinta-feira, novembro 30, 2006

Frases da semana

A vida não é medida pelo número de vezes que respiraste mas pelos momentos em que perdeste o fôlego de tanto rir... de surpresa ... de êxtase ... de felicidade."

Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela mas há também aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol.

Autoria: Pablo Picasso

sábado, novembro 25, 2006

Dia Sem Compras

Li algures que o último Sábado do mês de Novembro (ou seja, hoje!) é o dia em que se fazem mais compras no ano: os trabalhadores recebem o salário + subsídio de Natal no final do mês e o Natal está à porta. É preciso comprar presentes. Será mesmo preciso comprar?

A essência do Natal, o espírito que se tentou transmitir ao longo dos anos foi o de DAR, não o de comprar.

Podemos oferecer tanta coisa, sem ter que comprar coisa alguma.

Hoje encontrei um certificado de isenção de prendas, com o qual concordo em absoluto. Passo a reproduzir.

http://pimentanegra.blogspot.com/
Certificado de isenção de prendas
(nota: esta declaração-modelo pode ser livremente modificada pelos interessados,segundo a sua imaginação e fantasia)

Uma vez que o essencial da vida não se compra…… e como já tenho tudo o que me é necessário….sendo tudo o resto muitíssimo caro.

Eu, abaixo-assinado, declaro isentar com todo o gosto a obrigação dos meusamigos de me comprarem uma prenda neste período de festas e de Natal.Declaro, desde já, que prefiro muito mais:- fazer um passeio em plena natureza com boa companhia- partilhar uma refeição com os amigos- aproveitar o tempo com quem tenho gosto de estar- brincar e divertir-me em conjunto- fazer qualquer outra coisa que me encha de prazer e que não passe por comprar bens e mercadorias sob a forma de prendas.

Assino com gosto e ternura,………….


Um Bom Dia Sem Compras para vocês também.

A música no quotidiano

Por vezes ouvimos expressões, palavras que nos fazem recordar músicas, ou partes de músicas. Foi o que me aconteceu quando demos boleia a uma colega de Tuna da Formiga Rabiga que se chamava Elô. Lembrei-me logo desta música. Foi difícil encontrá-la.

domingo, novembro 19, 2006

Amizades

Porque nos temos afastado?

Dizes que pelos interesses se afastarem. Eu digo que por estarmos mais distantes (embora na mesma cidade) e eu ter uma condicionante que minimizo saídas à noite. Um amigo não deixa de ser amigo por ter interesses diferentes ou em divergência (pelo menos o grau de divergência dos nossos interesses não são motivo de quebrar a nossa boa amizade). Além disso, com as obras e com o projecto extra em que participo, não tenho tido cabeça para grandes dinâmicas ou de saber de ti. Mas continuas comigo.

Estava tão farta disto tudo das obras que pedi esta semana ao Divagador para tratar do exaustor: o que tínhamos comprado não cabia no móvel por 3 cm. Este fim-de-semana ficámos por Lisboa para tratar desta situação (para além de que eu tinha uns documentos profissionais para escrever). O Divagador resolveu tudo. Até outros assuntos pendentes (colocar umas prateleiras para o nosso "bar de bebidas" e uma cortina na varanda) Agora só falta a montagem. Já não aventuro prazos, mas que tal no próximo fim-de-semana? Vens até cá?

Testamos o bar de bebidas e tomamos um chazinho (agora já sei onde está).
Fico a aguardar a tua resposta.

Pequena dor

Geralmente gosto das canções pelas suas músicas, não pela sua letra. Só depois de identificar uma música que gosto é que vou à procura da sua letra. Esta é uma delas. Um pouco melancólica, mas resulta perfeitamente quando quero estar concentrada a trabalhar, como agora.

Como não consegui encontrar a música no youtube, aqui fica a letra.

a tua pequena dor
quase nem sequer te dói
é só um ligeiro ardor
que não mata mas que mói

é uma dor pequenina
quase como se não fosse
e como uma tangerina
tem um sumo agridoce

de onde vem essa dor
se a causa não se vê
se não é por desamor
então é uma dor de quê?

não exponhas essa dor
é preciosa é só tua
não a mostres tem pudor
é o lado oculto da lua

não é vicío nem custume
deve ser inquietação
não há nada que a arrume
dentro do teu coração

certo é ser a dor de quem
não se dá por satisfeito
não a mates guarda bem
guardada no fundo do peito!

Carlos Tê/Rui Veloso

quarta-feira, novembro 01, 2006

Bolinhos e bolinhós

Estas últimas semanas de Outubro faziam a minha delícia. Era altura de eu e a minha irmã nos juntarmos às nossas 2 vizinhas, companheiras de brincadeiras e andarmos pelos prédios vizinhos, cantando o "Bolinhos e bolinhós".

O ritual começava por arranjarmos umas caixas de sapatos. As tampas não serviam para nada. Era o parelipípedo com maior profundidade que nos interessava. Nele, recortavamos na superfície maior os orifícios, representando os olhos (umas vezes mais triangulares e outras mais redondas), o nariz e a boca. Da parte de dentro, colávamos uma vela (usando a própria cera da vela) para dar 1 aspecto mais sombrio à máscara que tínhamos feito.

Findas as 4 máscaras, lá íamos, de porta em porta (geralmente apenas no nosso prédio), com as velas acesas, entoando em uníssono:

Bolinhos e bolinhós
Para ti e para nós
Para dar aos finados
Que estão mortos e enterrados

À porta da bela cruz
Truz truz (era nesta altura que tocávamos à porta das pessoas)
A senhora que está lá dentro,
Sentadinha num banquinho
Faz favor de vir cá fora
Para dar um tostãozinho ou um bolinho.

Depois da cantoria, se é que ainda não tinham aberto a porta, esperávamos uns momentos de silêncio até abrirem.

Uns ofereciam uns tostãozinhos (até 100$00, geralmente), outros uns bolinhos. Nesses casos, agradecíamos cantando:

Esta casa cheira a broa
Aqui mora gente boa

Se recusavam oferecer algo ou se simplesmente não abriam a porta, mostrávamos também o nosso desagrado:

Esta casa cheira a alho
Aqui mora algum espantalho

A maior questão que se colocava era quando "fazer a ronda": se muito cedo, as pessoas reclamavam quer era ainda muito cedo e que por isso ainda não era tempo de estarmos a pedir e não nos ofereciam nada; se fossem os últimos dias de Outubro, corríamos o risco de outros miúdos se terem antecipado e as pessoas responderem-nos secamente "já demos este ano".

Geralmente as pessoas davam-nos dinheiro. Mas lembro-me de 1 ano em que decidimos ir também a outro prédio e termos conhecido a simpatia em pessoa: a senhora tinha feito um bolo grande especialmente para quem lá fosse aos bolinhinhos e ofereceu-nos. Nós não cabíamos de contentes. Prometemos que no ano seguinte iríamos novamente fazer a ronda aquele prédio e em especial àquele andar, mas não tivemos mais nenhuma vez um resultado semelhante.

No final da ronda, dividíamos o dinheiro e guloseimas igualmente. Não me lembro se havia discussão. Só me lembro que depois colocava o dinheiro no meu mealheiro - 1 casa de louça, oferecida pela D. Dora (a vizinha do 7º andar).