segunda-feira, setembro 11, 2006

Nine eleven

Não podia deixar de assinalar esta data.

Queria mostrar número de mortes diárias causadas por fome, sida, tuberculose em diferentes países do mundo, mas não encontrei. Mas o número de pessoas que morreram nas Torres Gémeas encontrei em várias fontes. Quase 3 mil pessoas morreram naquele dia.

É certo que mais do que os números, temos que ver o que representam: a falta de segurança no mundo Ocidental; as fatalidades que um fanatismo religioso e diria mais, uma cegueira ou ditadura lúcida ideológica podem causar; as guerras entre o bem (personificado pelo Bush) e o mal (todos aqueles que são maus para os EUA, como o Irão, Afeganistão e outros países acabados em "ão"). No entanto, se confrontarmos as pretensões de uns e de outros e o modo como justificam os meios para alcançar esses fins, nomeadamente todas as mortes que causam, são semelhantes.

Poderemos justificar uma guerra contra quem vai contra a nossa ideologia? Podemos querer impôr uma religião ou maneira de estar e pensar aos outros, mesmo se a nossa for a mais correcta? Esta imposição cega tem sido tentada não só pelos fanáticos árabes como também pelo fanático petroleiro, o nosso amado Bush.

Quem depõe à força o Saddam (que tenhemos que concordar que muitas mortes causou) e impõe um regime não querido pelo povo, que continua a ser motivo de mortes, não estará também a ser ditador?

A religião ajuda a traçar a fronteira entre o bem e o mal. Mas depois vêm as diferentes interpretações, em grande parte para justificar os nossos actos. Li ontem de uma amante de Bin Laden que ele só estará satisfeito quando todo o mundo aceitar o islamismo como a sua própria religião. Que tipo de islamismo? O praticado por Bin, o fanático, cego e cruel? ou o generoso, irmão e cheio de compaixão, como é o islamismo sem fanatismo?

As pessoas, mais do que tudo, temem a morte. Será que para nos sentirmos mais seguros teremos que passar a ser muçulmanos fanáticos? Será que a homogeneidade é sinónimo de segurança?

E apesar do número de mortes do terrorismo ser inferior ao causado por doenças baratas de curar ou até de desastres ambientais (prometo trazer dados para substanciar o que digo), como estes dois últimos ocorrem nos países ditos em desenvolvimento, como não nos afectam a nós, mundo Ocidental, países desenvolvidos, esquecemo-nos deles. Porque afinal, somos nós quem decide a quem ou o quê dar dinheiro.

E preferimos, ou os nossos governantes preferem, investir em material bélico, para caçar fantasmas e enredos maléficos, para proteger os barões, do que ensinar a pescar a quem realmente precisa do peixe.

Se bem que, para bem do ambiente, até é bom haver mais mortes: os que resultam das guerras promovidas e os das doenças e fome (por não terem sido ajudados). Já se fala há tanto tempo que o mundo não tem capacidade para suster tanta gente!!! Afinal, os comandantes e generais, o Bin e o Bush só estão a promover o ambiente!!

São capazes de dizer aos senhores que querem ser donos do mundo que o desenvolvimento sustentável só é possível se houver pessoas para nele viverem?

Se bem que por outro lado, como os ataques têm sido a locais de concentração de muita gente, quem paga são os cidadãos comuns. Quantos políticos viajavam no metro em Espanha ou estavam nas Torres Gémeas? Agora já percebi porque os políticos não andam de transportes públicos! A partir de hoje, para minha segurança, vou passar a ir para todo o lado de transporte privado. Assim, menor a probabilidade de ser atingida por uma bomba. Se mais pensarem assim, maior consumo de combustível haverá e mais guerras por esse bem escasso, quero dizer, para repôr a democracia nesses países que por acaso têm petróleo.

O melhor mesmo será investir em outras tecnologias de mobilidade. Talvez as guerras para o controlo do petróleo acabe. Que novas guerras então surgirão?

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